Efeito Jerônimo: Bahia amarga um dos piores índices de alfabetização infantil do país, e gestão estadual é cobrada por ineficiência educacional
- Santos
- 14 de jul.
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O estado da Bahia registrou em 2024 um dos piores desempenhos do país em alfabetização infantil, com apenas 36% das crianças da rede pública consideradas alfabetizadas ao final do 2º ano do ensino fundamental. O dado, divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Ministério da Educação (MEC), coloca a Bahia bem abaixo da média nacional (59,2%) e distante da meta estabelecida para o ano (60%).
A avaliação faz parte do programa Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, firmado entre o governo federal, os estados e o Distrito Federal, com o objetivo de atingir 80% de alfabetização até 2030. A análise foi realizada entre outubro e novembro de 2023, com mais de 2 milhões de alunos avaliados em 42 mil escolas públicas de 5.450 municípios.
Na contramão do que se espera de um estado com protagonismo político no cenário nacional, a Bahia figura entre os oito piores estados do Brasil, ao lado de Sergipe, Rio Grande do Norte, Amapá, Pará, Alagoas, Amazonas e Rio Grande do Sul todos com menos da metade dos estudantes alfabetizados.
Diante do quadro alarmante, o Ministério da Educação passou a tratar a Bahia como território prioritário. Equipes técnicas estão atuando diretamente nos municípios com os piores indicadores, promovendo visitas presenciais e oferecendo apoio pedagógico às redes de ensino. “Acompanhamos semanalmente as escolas que mais precisam de atenção. O trabalho é intenso e direcionado”, explicou Kátia Schweickardt, secretária de Educação Básica do MEC.
Apesar das ações federais, especialistas em educação e representantes da sociedade civil questionam a condução da política educacional do Governo da Bahia, comandado pelo governador Jerônimo Rodrigues, que inclusive já ocupou o cargo de secretário estadual da área. Críticas recaem sobre a falta de estratégias eficazes e o que é visto por muitos como um distanciamento da gestão estadual dos problemas reais enfrentados nas salas de aula.
Importante destacar que o objetivo aqui não é personalizar a responsabilidade, mas sim chamar a atenção para uma realidade concreta, documentada e preocupante: a alfabetização infantil, base de toda formação cidadã, está em risco. E é dever das autoridades públicas, especialmente do Governo do Estado, atuar com urgência, compromisso e competência para reverter esse cenário.
O ministro Camilo Santana, por sua vez, reforçou que a alfabetização deve ser uma política de Estado, acima de qualquer disputa partidária: “A educação precisa estar acima de qualquer disputa político-partidária. Essa tem que ser uma política de Estado, não apenas de governo”.
O programa também prevê ações de recuperação de aprendizagem para alunos do 3º ao 5º ano, afetados diretamente pelos impactos da pandemia. Mas sem um esforço estadual firme e coordenado, a Bahia corre o risco de perpetuar a exclusão educacional de milhares de crianças.
Por: Redação








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